02/04/2014

Recapitulação da Fic Interativa + Preview do Próximo Capítulo


Hayooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!
Sentiram a minha falta? Não? Okay!

Erm... Para quem está esquecido da minha Fic Interativa, ou quem não leu os capítulos anteriores mas gostaria de ler, vou deixar aqui  aquilo que eu já escrevi. É muita coisa, então... 

Capítulo UM

Olá. Então… Não sei exatamente o que escrever aqui. Nem sei porque escrevo, sinceramente. Acontece que hoje é o meu aniversário, e como seria de esperar, a minha família deu-me presentes. Os meus pais não são propriamente ricos, então, não me podem dar lá grande coisa. O que é que me deram? Um caderno.
Um caderno em branco.
Mas isso não é tudo… Deram-me um caderno em branco para eu escrever o meu dia-a-dia durante a minha viagem. Que viagem? A viagem que os meus tios-podres-de-ricos me ofereceram! Pois é… Fiquei maravilhada. Ainda nem sabia para onde seria a viagem e já eu pulava de alegria. Soube então que seria para Salem, nos Estados Unidos. Estados Unidos da América!!!
Agora estou no avião a escrever. A vista daqui é fantástica! Acho que devo explicar quem sou eu antes de começar a contar a minha história. Então aqui está uma pequena autobiografia minha: Chamo-me Kynareth Zenythar Dumisani Kiri Marika Lel Catalin Aaminah Fikkryia Gwenaelle Mellanie Evdokiya Ivanovna e tenho 16 anos. Tenho um nome tão extenso pois é tradição usar os nomes dos antepassados. Então tenho os nomes das minhas parentes todas num espaço de uns cem anos… Tratam-me por Kynareth, o único nome mesmo meu. Nasci na Transilvânia, uma região da Roménia, mas a minha família é russa. Moramos numa casa humilde, no meio de imensas árvores. Quando digo imensas, imensas mesmo. É como uma pasta de madeira e folhas que cobre centenas de quilómetros, e uma construção de pedra fica por lá. O meu cabelo é ruivo, mesmo da cor de uma cenoura, é ondulado e dá-me pela cintura. Tenho um cabelo estranho para aquilo que a minha espécie está habituada. A minha pele é de um cinzento clarinho que não me canso. Os meus lábios são muito vermelhos e os meus caninos são desenvolvidos como os de um vampiro. Os meus olhos são verde-mar, e a minha mãe diz que são muito profundos. O meu pai diz que eu não olho para as pessoas: Olho através delas. Nunca percebi se isso é bom ou não…
Tenho uma cicatriz horrível abaixo de um olho, causada por algo que ainda desconheço. No entanto, possuo-a desde que me lembro de existir. Oh, já falei disto tudo e ainda não disse que sou um dragão. Pertenço ao Clã do Dragão da Rocha, um dos muitos clãs de Dragões aqui na Roménia. O Clã do Dragão da Rocha é o mais pobre de todos, e pouca gente gosta de nós, pois somos únicos. Enquanto todos os outros Clãs (Clã do Dragão da Água, do Céu, do Ar, da Terra, do Metal, da Madeira e das Flores) têm fogo normal a arder dentro de si, nós temos fogo negro. É. Quando usei a expressão “a arder dentro de si”, não sei se me fiz entender… Como dragões, mesmo sem asas, nós produzimos fogo. Podemos atirá-lo pela boca, mandá-lo pelas mãos, ou simplesmente fazê-lo aparecer. O nosso fogo é mais brilhante e mais quente, mais perigoso… Daí sermos um pouco menosprezados – somos diferentes. Para dizer a verdade, orgulho-me de ser assim.
Acho que não tenho nada mais a dizer a meu respeito… Posso acrescentar também que sou tímida e não arranjo amigos facilmente.
Esqueci-me de escrever a coisa mais importante de todas!!! Eu… eu consigo ler mentes. Sim, ler mentes. Não é uma habilidade normal dos dragões, por isso mantenho segredo de tal coisa. Apenas os meus pais sabem dessa proeza, e é por essa razão que nunca me deixaram interagir com outras criaturas. Se algum dos outros clãs soubesse, sabe-se lá o que poderiam querer fazer comigo.
 Quando era criança, lia as mentes da minha mãe sem querer, e isso valeu-me um valente trauma. É que os adultos às vezes pensam em coisas tão sujas que nem nos passam pela cabeça…
Hoje em dia não sei controlar ainda muito bem. Não ando por aí a “entrar na cabeça das pessoas”, mas acontece.
Agora estou prestes a aterrar! Há tanta coisa que ainda tenho a dizer… Bom, vou escrever agora com velocidade super sónica o que me vai na alma! Os meus tios Ivânia e Higor são fabulosos por me terem deixado vir aos EUA, podem ser convencidos e estranhos, mas adoooooooooooro-os, quero fazer amigos e aproveitar estas semanas!
Fora do Avião
Ai, ai, ai… Estou sentada num banquinho de madeira aqui num parque. É muito bonito, as árvores são de um verde diferente de lá da minha casa e o sol passa através das copas. Há um laguinho com água cintilante e flamingos de plástico cor de rosa. Flores perfumadas, arbustos a abanar ao ritmo do vento… QUE É QUE EU PENSO QUE ESTOU A FAZER? ARGH!!!!!!!! Acabei de descobrir que não tenho onde ficar! Ou seja, os meus queridos tios pagaram-me a viajem e tudo e nem se lembram de me arranjar teto para dormir!
Estou chateada.
Quero queimar tudo…
Enfim… O jeito é ligar-lhes, mesmo. Procuro o telemóvel na minha bolsa preta com cruzes vermelhas. Encontro-o e retiro-o da capa – um ratinho meeesmo fofo – e carrego no botão de ligar. Para além da capa muito bonita, a estampa do meu telemóvel também é linda: Tem pequenas chamas negras a “flutuar”, é cinzento e tem orelhinhas de Gato… A tia Ivânia é que me deu.
O telemóvel não liga.
PORQUÊ?!
Não tem bateria.
Respiro fundo. Com certeza que eu trouxe o carregador. Volto a enfiar a mão na bolsa e procuro, tocando com a ponta dos dedos em mil e uma coisas. Mas nada de carregador… Talvez tenha ficado numa das outras malas, então abro a grande mala preta no meio do chão. Atiro as roupas ao ar e desarrumo tudo, mas não encontro aquele maldito objeto. Nem sequer sei o número deles de cor… Aiiiiiiiiii! E agora? Os meus tios são super antiquados e não têm e-mail nem nada disso. O que faço agora?
Como não tenho muito dinheiro, vou ter de andar por aí e pedir a alguém um teto para algumas semanas. Obviamente alguém na cidade vai querer ajudar uma pobre menina dragão sem lar!
Horas depois
Não acredito que não há nem uma única pessoa com bom senso nesta terra. A primeira pessoa que vi que parecia atenciosa quase me bateu. Não sei exatamente o seu nome, algo como Maddie ou assim… Era muito bonita – tinha olhos vermelhos, pele muito pálida e usava um vestido preto. Olhei para ela e senti-me confiante…
- Por favor! Eu sou nova por aqui… e precisava de ajuda, pois não tenho onde ficar. Sabes algum sítio onde eu possa dormir sem pagar? – perguntei.
- EU TENHO CARA DE HOTEL? – Foi o maior berro e mais agressivo que vi na vida.
Ela encarou-me com um olhar assassino e continuou a andar. Ao seu lado ia outra rapariga muito bela, com cabelos meios roxos. Como só a vi de trás, não posso dizer mais nada. Mas parecia ser realmente perfeita… Zen, foi assim que lhe chamaram. Zen não é um estado de espírito? Deve ser diminutivo de outro nome.
Quando lhe puxei uma parte do vestido cinza e vermelho, caí para traz. Literalmente. Foi uma sensação muito fria…
Não deve ter sido nada estranho para as outras pessoas verem-me ali estendida no meio do chão, com um braço para cima e o resto do corpo rígido. Que ideia. Tudo normal!
Passado uns momentos, levantei-me. Enquanto andava pela rua de calcário, pus-me a olhar para as minhas próprias vestes: Uma camisola roxa grossa e sem estampas, um colete preto e sem mangas. Saias de pele sintética curtas e beges, acima do joelho. Para completar, legins escuras e botas pelo tornozelo de camursa e veludo escuro. Normalmente pouco me preocupo com o que estou a usar. Mas tenho de admitir que gosto do meu visual.
Falei com apenas uma outra pessoa, mas conversar com ela só me fez desistir de arranjar lugar onde ficar.
- P-Por favor, sabes de … - gaguejei no início pois ainda estava chocada com o meu último encontro com alguém. Não terminei a frase pois a resposta dela veio rápido demais…
- Eu sou uma Bruxa da Lua… e odeio que me perturbem quando estou a passear pela cidade. Se me dás licença… - e desapareceu.
Ela tinha cabelos brancos ultra compridos e uns olhos verdes e tristes. As suas roupas eram demasiado longas, e tinha escrito “Sahmy The Queen of the Moon”.
E agora cá estou eu, a chorar sentada numa mesinha de um café. Estou a comer um bolo cheio de creme, morangos, chocolate e chantilly. Foi barato, para o que é. Acho que nunca chorei como choro agora. Na verdade, poucas lembranças tenho de chorar. Está tudo a correr mal. Não era suposto ser a viajem dos sonhos…? Quero que algo de bom aconteça… Por favor.
- Então, que se passa? – Uma voz rouca e grossa demais para ser de menina chama-me.
Olho para cima e deparo-me com um rapaz magnificamente alto. Talvez nem seja assim tão alto, mas considerando que eu tenho apenas 1.46 metros… Tem os cabelos pretos e despenteados e os olhos vermelho-sangue. Usa uma camisola escura da Banda “System Of A Down” (Eu adoro-a!) e calças azuis amarrotadas. Ele também segura um Skate… É maravilh… Que raio estou a pensar?
- S-sim? – Limpo as lágrimas à camisola e olho-o nos olhos.
É um vampiro, nota-se só de olhar nos seus olhos.
- Porque choras? – Ele sorri e eu coro imediatamente.
Não sei porque coro, mas sinto o sangue queimar-me nas bochechas. O que respondo? Não sou de ser indecisa nestas coisas. Normalmente diria que não se passa nada, mas…
- É que não tenho onde ficar e estou de férias aqui durante várias semanas, não tenho nenhum meio de contactar a minha família e ninguém quer saber, não tenho teto e vou ficar sem dinheiro… estou desgraçada. – Não sei porquê, mas tudo saiu tão naturalmente…
“Ela é bonita”. Oh meu Deus. Não, por favor não. Já agora, quando eu coloco as coisas entre aspas significa que ouvi os pensamentos de alguém. Este alguém é ele. ELE. Como é que explico que não fiz por mal? Ai. Não explico, vou simplesmente ignorar o que acabei de ouvir. Ignorar é o melhor a fazer. Provavelmente nunca mais nos vamos ver. Levanto-me num salto e preparo-me para correr… Mas um braço impede-me
- Eu sou o Daniel. Daniel Malakian.
Agora o meu rosto deve estar tão vermelho que sou capaz de inventar um novo tom de vermelho. A nova cor: Kynarelho.
Só agora reparei que ele me está a abraçar. Não necessariamente abraçar, pois tenho os dois pés levantados e ele encosta-me ao seu peito com um só braço. Este Daniel deve ter pelo menos mais 40 centímetros do que eu. Isto é doentio. Sinto-me tonta…
- Eu sou a Kynareth. Prazer em conhecer… - Consigo dizer.
Ele pousa-me e coloca uma mão no meu ombro.
- És pequenina e fofinha. Porque é que não ficas na minha casa até teres outro sítio para ficar? Eu apresento-te aos meus amigos! – Outra vez um sorriso daqueles…
Devo aceitar? Ou não devo? Argh, não sei!! Ele não me parece ter más intenções… Daniel… A primeira coisa boa neste dia inteiro.
A-   S-sim… Acho que seria ótimo conhecer pessoas novas.
B-   Não sei… Eu arranjo outra maneira. Xau! (Fugir)

Capítulo DOIS
           
A
- S-sim… Acho que seria ótimo conhecer pessoas novas… - Disse, entre espasmos de cabeça que me fizeram parecer uma tolinha.
- Vamos, então!
Ele agarrou-me no pulso e fomos andando. Não sei se é totalmente certo estar a confiar tanto num desconhecido. Se eu pudesse controlar os meus poderes de ler mentes à vontade, saberia as suas intenções. Acontece que, para além de não saber controlar, não me sentiria bem ao ouvir os pensamentos íntimos dos outros sem permissão. E mesmo com permissão…
Ainda com a mão a repousar no meu pulso, ele guiou-me até à sua casa – e esta casa ficava num beco sem saída, rodeada de algumas casas em cimento e de não muito bom aspeto. Apesar de tudo, era um espaço bem grande. Quando entramos, senti-me num ambiente estranhamente familiar. Não estava agitada, como estaria se fosse a casa de alguém que acabara de conhecer.
Mas esse era o caso, alguém que acabava de conhecer.
O chão era liso, uma imitação de madeira. Bonito e confortável, um bom chão para colocar os pés, sem dúvida.
- Vou-te mostrar a casa. Depois podes escolher o quarto em que vais dormir. Ainda hoje gostava de te apresentar a algumas pessoas… - Dizia o Daniel. A verdade é que, mesmo ele falando muito, eu pouco ou nada ouvia…
No primeiro andar haviam três divisões: Uma casa de Banho, uma cozinha e uma sala. Gostei muito da sala. Ficava num canto – adoro cantos – e era muito espaçosa, com dois sofás e uma TV bem grande. As paredes eram de um azul-escuro muito suave e o chão continuava liso. Reparei também num monte de consolas ao lado da TV, por cima de um móvel escuro. Havia também uma cómoda comprida num dos lados, a percorrer a parede, com várias fotografias com rostos que eu desconheço e estatuetas bastante artísticas.
No segundo andar, tinha três quartos e uma casa de banho. A casa de banho era escusado ele mostrar-me, então partimos para os quartos. O quarto dele era simples, com uma cama de solteiro no centro e um tapete à frente. Havia uma pequena varanda, onde caberiam umas três pessoas, no máximo. Não sei bem o que dizer… Mas é totalmente constrangedor estar sozinha num quarto com um rapaz. Enfim… Não sei porque é que estas coisas me passam pela cabeça. O Daniel é o primeiro rapaz mais ou menos da minha idade com que eu falo.
Estou confusa com os meus sentimentos.
Agora estou sentada na minha cama, depois de escolher um dos quartos. Eram os dois iguais, com pouca mobília e roupa de cama sem vida. Ainda vou dar um jeito neste quarto… Ah, escolhi o mais afastado do dele.
Toc Toc Toc
Tenho de ir abrir a porta. Mais logo continuo a escrever.
Horas Depois
Definitivamente, Salem é um manicómio em ponto grande. Um hospício daqueles com psicopatas horríveis. Não sei se me faço entender… Vai-me custar registar aqui por escrito esta tarde, mas vou fazê-lo. Um dia mais tarde, quando estiver descansada na minha casinha, vou-me rir muito ao ler isto. Não que haja motivos para rir… Bando de doidos.
- Kynareth, vamos sair.
- S-s-s-s-s-sair?! – Exaltei-me um pouco. Pouco, digo eu…
- Sim, vou apresentar-te alguns amigos. Não podes ficar por aqui se só me conheceres a mim!
 Depois de uma risadinha nervosa da minha parte, saímos de casa. A esta altura o sol estava num ponto ótimo, adoro o sol assim. Já tínhamos saído daquele beco onde mora o Daniel, e caminhávamos lado a lado naquela rua pouco agitada. Tinha cafés com guarda-sóis, cadeiras de muitas cores, palmeiras na beira da estrada e grades e muros a dividir a rua das habitações… Parecia tudo muito bem. A certa altura o Daniel fez uma chamada a combinar onde nos encontraríamos para ele apresentar o “sangue fresco”. Ew…
O sítio onde nos encontramos foi completamente ao lado das minhas expectativas: Um centro comercial longe da praia, onde o sol mal chegava.
- Chegamos. Agora é só encontra-los algures.
- Espera aí… Não lhes ligaste ainda há bocado a combinar um sítio? – Perguntei, claramente confusa.
- Liguei. E escolhemos este centro comercial, oras, mas agora temos de descobrir em que parte é que eles estão.
Percebi então que não valia a pena questionar este tipo de lógicas.
- Tenho de ir à casa de banho. Entretanto, procura-os, se faz favor. – Pediu ele.
OKAY, como é que se procura alguém que nem sequer fazemos ideia de como são? Dei umas voltas ainda perto do WC, e depois decidi perguntar se alguém tinha visto um grupo grande de monstros reunidos. Escolhi uma rapariga que me lembrou vagamente de Teen Titans… Tinha cabelo roxo e pele cinza e usava umas botas roxas. Era bonita e andava sozinha, sem parecer querer estar com alguém, mas preferia tentar falar com alguém assim do que com alguém que me deitasse ao chão com um toque ou que fosse mais fria que sei lá o quê.
- Olá… - Decidi tentar uma abordagem diferente e não lhe dar hipótese de fugir ou ignorar-me – Desculpa, estava à procura de um grupo de monstros, provavelmente reunidos nalgum sítio… Viste algo assim…? Sou a Kynareth.
- Sou a Hannah Ven – Por alguma razão, ela pareceu-me extremamente desconfortável – Não, não vi nada assim… Agora vou embora, não gosto que me perturbem assim!
Ela era bem irritadinha, mas no fundo não devia ser uma pessoa má. Independentemente disso, como já disse, aqui é tudo doido. Enquanto ia a andar de volta para a entrada da casa de banho para esperar pelo Daniel, reparei numa loja demasiado interessante. Lá dentro só tinha… PELUCHES! Peluches fofinhos, de todas as cores e tamanhos, e eu... Oh meu Deus, eu sou viciada em coisas fofinhas!!! Quando ia a correr para entrar na loja rapidinho, esbarrei-me na parte de vidro que continha a montra. Esbarrei-me e comecei a sangrar do nariz…
Ignorando esse facto, tateei até encontrar um puxador – estava com os olhos fechados – e entrei na loja.
- MOSTRE-ME O QUE TEM DE MAIS BARATO! – Berrei.
E então ali estava eu, em frente a uma moça que me olhava com espanto. Por favor, eu só estava com o nariz cheio de sangue, a mão na cara coberta de sangue e tinha os olhos fechados. E com um berro daqueles… Ah, nada de anormal.
- Estás bem? Ai, deixa-me colocar um curativo aí… - Começou ela.
Depois de colocar algodão no nariz – sempre sob o olhar desconfortável da rapariga que me ajudava. Acho que foi um incidente para esquecer, mas no fim ela ainda me ofereceu um peluche bonitinho… Um coelho do tamanho da minha cara, de corpo azul e uma cenoura na boca. E, no final, não gastei dinheiro…
Digamos que depois o Daniel encontrou-me e ficou ligeiramente irritado por eu ter desaparecido e ainda por cima causar problemas numa loja. Calei-o esfregando o coelho na cara dele.
- Já sei onde é que eles estão, vamos lá. Tenta não te perderes enquanto me segues… - Dizia ele.
Parámos então num salão de chá, onde tudo era estranho – desde as mesas forradas a veludo negro, às cadeiras em cilindro roxas e candeeiros daqueles dos filmes. Admito que fiquei surpresa com a escolha do lugar, mas mais tarde vim a perceber o motivo. E era muito escuro. Não havia luz natural, e a luz artificial era pouca. Quanto dinheiro não pagaria por uma lanterna…
 - Daniel, porque está tão escuro? – Perguntei.
- Bem…
Antes que ele consiga responder, fomos arrebatados por um som ao longe. Um som muito alto. Um som de … risos. Muitos risos. Gargalhadas, que eu diria arrancarem as tripas de alguém, se me perguntassem. E então fomos ao encontro desse barulho, onde estava, provavelmente, aquele grupo. E estavam mesmo lá. Muitos monstros, de todos os feitios, reunidos.
- Olá, pessoal! Esta é a Kynareth. Que comecem as apresentações! – E ele levantou os braços, como se desse início a uma corrida.
- Hoy, eu sou a Lailly Epaulet! Espero que nos demos beeeeeeeeeeeeeeem! – Ela era um dragão, assim como eu, mas de nenhum dos clãs que eu conheço, nota-se. Era ultra linda, com cabelo picado de cor azul-real claro, mechas douradas e a ponta dos cabelos também douradas, escamas brancas e olhos meio lilás. Usava roupas que, pelo que me pareceu, devem ser moda aqui na América.
- K-Kynareth aqui! Prazer. – Disse e sorri.
- Não acredito que não tenhas sobrenome! – Exclamou a Lailly, subitamente, desatando a rir, Já sei de onde vinham a maior parte das risadas.
- Bem… Kynareth Zenythar Dumisani Kiri Marika Lel Catalin Aaminah Fikkryia Gwenaelle Mellanie Evdokiya Ivanovna.
Estava toda a gente com uma aura negra, até mesmo aquelas que já a possuíam antes de eu chegar.
- É… parei de ouvir no “Kiri”. Vou chamar-te Kiri, sim? Sou a Lana!! – Ela tinha olhos azuis galáxia e cabelos da mesma cor, pele verde (brilhava um pouco, talvez por estarmos no escuro) e não tinha unhas. Não tinha unhas… Yey. Presumi que fosse um Alien.
- Prazer. – Disse. O sorriso dela tornou-se um pouco sádico, e ela veio sorrateiramente agarrar-me no cabelo, que estava preso num rabo de cavalo feito à pressa.
- Belo rabo-de-cavalo… Seria uma pena se alguém o cortasse… Hee, he he he!! – Juro que me assustei com esta mudança repentina.
Doidos… Doidos, doidos, doidos, doidos. Trauma, trauma, trauma.
Ao canto, vi um vulto que parecia solitário. Não fazia exatamente parte do grupo, mas eu quis ver se ao menos alguém batia bem da cabeça. Pois, como era de se esperar, enganei-me.
- Olá… Sou a Kynareth… e tu?
- Não devias falar assim com estranhos… O escuro não te assusta? – Tinha uma voz estranha, como se tivesse sofrido muito ao longo da vida. – Sou o Mason.
Era agoniante. Olhando de perto, percebíamos uma pele mais branca que leite e uma estrutura imensamente magra. Aquela timidez… Sem palavras. Não sei exatamente o que escrever, nem tenho previsões acerca do meu destino.
Como eu disse, isto é apenas um hospício.
- Novas pessoas, é sempre tão renovador!! Jhé Bonceler aqui!! – Quando me virei para ir ter com o Daniel, apareceu mais alguém…
Era morena e tinha os olhos e o cabelo coloridos, oque lhe dava um ar engraçado. Quando eu ia a dizer alguma coisa, surpreendi-me com o que me interrompeu.
- És a Kynareth, já sei. Já alguma vez te perguntaste porque somos como somos? Pois na verdade, eu queria saber o que fomos… RIMEI! – MORRI!
E depois começou um discurso enorme a filosofar sobre a nossa existência, a sua própria existência, e acabou sentada sobre os joelhos numa posição mega melodramática.
Eu não ouvi nada.
Quando ia a andar em frente, para discretamente fugir dali, olhei para o Daniel. E ele conversava com uma rapariga. Enchi as bochechas de ar, cerrei os punhos – e corei… - e fui ter com ele. Não entendo a minha própria reação, mas lá fui eu.
- Danie… - Não consegui acabar de dizer sequer o nome dele, pois num ato demasiado atrevido para o meu gosto, ele cruzou os braços na minha cabeça. Enquanto eu tentava dar saltinhos para ele me largar, o Daniel fazia força na minha cabeça e mantinha um sorriso inocente.
- Hahahaha, Daniel, coitada. Ela é tão pequenina e fofa, deixa-a. – Era uma rapariga com cabelos brancos com as mechas vermelhas/rosas, uma roupa azul escura acinzentada com amarelo e botas brancas com as pontas amarelas. Tinha uns óculos num só olho.
Enquanto me tentava libertar daquela torre – sim, torre, ele tem mais 40 centímetros que eu – ambos se riam.
- Eu sou a Injhi Trojan. Prazer em conhecer-te! – Dizia, entre risadas. – Mas Daniel, a sério, se queres assim tanto apertá-la, faz isso em casa. Agora vais ter oportunidade… E Kynareth, eu não confiava no rapaz, oh, oh.
- Injhi… Eu não tenho segundas intenções, já disse. – Respondeu.
- Eu… - Quando eu ia explodir de raiva, ele cortou-me com a voz imponente e afetada pelo riso.
- Nem terceiras, nem quartas, nem quintas, nem sextas!! Hahahahahaha!!!!!!!!
EU JURO QUE AINDA O MATO!!!! JURO!!! VOU QUEIMÁ-LO VIVO E OBRIGÁ-LO A COMER AS PRÓPRIAS ENTRANHAS!!!!! … Ainda bem que ao menos desabafei, aqui, no papel.
Quando me soltei, soprei fogo para o teto, como sinal da minha raiva. Soprei muito, o que quase abriu lá um buraco. Se não fosse alguém que me tivesse parado… Não sabia quem era, mas ela fez questão de se apresentar.
         - Sou a Jhasmyn Rots. Reparei que és um Dragão da Rocha, mas bem diferente de mim. Não penses que te ajudei, só não quero problemas! – Berrou na minha orelha.
         Um tipo diferente de Dragão das Rochas… Ela possuía cabelos brancos e uma pele como a minha, os olhos eram verdes e cristalinos e tinha um vestido comprido de renda.
         Permito-me acrescentar dizer que era antipática como sei lá o quê e, se pudesse, tê-la-ia queimado ali mesmo.
         Depois disso, o gerente do café veio chatear-nos. “Demasiado barulho! Ainda por cima quase fiquei sem teto! Fooora! Seus marginais.” Com a parte dos marginais até concordo, afinal estou no meio de um bando de abutres. Ainda não tinha conhecido toda a gente, mas estava irritada, e ainda por cima já não sabia do meu peluche. Saí porta fora daquele Centro Comercial e fui a correr para o beco onde mora o Daniel. Depois foi só esperar que ele chegasse e enfiar-me no quarto, como uma criança mimada.
Admito que não  tive a melhor atitude, mas enfim.
Fiquei aqui até agora a escrever, e a imaginar como vai ficar este quarto depois de eu lhe dar o meu próprio toque pessoal… Por vezes esqueço-me que não estou aqui por tanto tempo assim. Parece um sonho. Ou um pesadelo - depende do aspeto. Agora… o Daniel está a chamar-me do lado de lá da porta.
- Sim? – Pergunto.
- Senhorita, gostaria de vir jantar ao palácio real? – Hum? – Brincadeira, brincadeira. Não tenho nada para o jantar, vamos jantar fora. Queres… ou preferes ficar aí sozinha… solitária?
Agora ele até fingiu o barulho de uma pessoa a chorar. Os meus sentimentos estão confusos, e eu própria estou confusa. O que devo responder…? Poderia o Mason ser a minha salvação para agora? Ou devo aceitar o convite… Como aceitei outrora?
A – (Contar a Verdade) Daniel… ainda estou furiosa contigo… Mas… Acho que um jantar não me faria mal. (Abrir a porta e sorrir)
B – (Mentir) Depois do dia de hoje?! Não! Eu já tinha prometido algo com aquele rapaz que estava lá no café! Xau! (Sair pela janela e deixar o Daniel sozinho)

Capítulo TRÊS

B
            - Depois do dia de hoje?! Não! Eu já tinha prometido algo com aquele rapaz que estava lá no café… Mason. Xau! – E saí pela janela, deixando o Daniel sozinho.
         Não sei o que me passou pela cabeça para mentir daquela forma, mas foi o que foi. Saltei pela janela e corri, ignorando o facto que tinha abandonado o rapaz que me salvou da salganhada da minha viagem. Mas talvez ele compreenda. Lá na minha terrinha não são tão doidos, e isso alterou-me.
         Corri pelas ruas mal iluminadas, mas não chorei. Talvez as minhas ações possam ser comparadas a birras de crianças, mas não pensei. Durante toda a minha fuga senti que era perseguida, mas o Daniel não me seguiria. Eu sei que não… Isso seria estranho. Não fazia a mínima ideia de onde estava o Mason, então forcei-me a usar poderes psíquicos. Eu não tenho controlo nenhum, mas acho que como realmente queria naquele momento, consegui.
         “Estou na Rua 66, à beira do único poste.” Consegui ouvir. Também vi a imagem dele, e depois foi só ir lá ter.
         - Mason! – Gritei, ofegante, parando para arfar.
         - Kyna… Como era mesmo? – Perguntou ele, com o seu ar de sofredor e galanteador.
         - Kynareth. Por favor, leva-me para jantar! – E verguei-me, esperando que ele não me rejeitasse.
         Senti uma aura terrível à nossa volta. Como se tivesse um par de olhos sobre mim. Mas não eram do Mason… Ele apenas olhava o vazio. Procurei, disfarçadamente, pelo portador daquela sensação. Não encontrei, então fomos andando. O Mason levou-me a um restaurante da esquina, mas parecia ter boa comida.
         - Combinei vir aqui com uma amiga, mas ela com certeza não se importará que tu também aqui estejas. Ela é a…
         Antes que ele acaba-se a frase, alguém irrompeu da porta e disse, abaixando-se perto da nossa mesa:
         - Eu sou a Pitty! Pitty Lel Rey, amiga – e com muito ênfase nesta palavra – do Mason!!! Prazer em conhecer-te, outra amiga do Mason!
         Ela era alta, muito mais alta que eu, e bem magra. Tinha o cabelo loiro muito bem tratado e os olhos azuis realçados com maquiagem que lhe acentuava os pontos fortes. Tinha uns seios anormalmente grandes, e isso fez-me corar, porque eu praticamente nem tenho peitos. Raios partam a minha mente, no que é que eu estou a pensar?!
         Mas que a tal Pitty era bonita, era.
         Durante todo o jantar, eu mal abri a boca. Não me sentia intimidada pela moça nem nada, mas só não estava totalmente confortável. Estava na cara que a Pitty gostava mais do Mason do que só como amigo, mas ele não percebeu isso. Pergunto-me como é que eles são amigos, ela é um bocado doida e ri de tudo, ele é calado e faz-nos sentir tristeza. Mas dizem que os opostos se atraem. Eu sou pequena e o Daniel é grande, e realmente dizem que os opostos… Não, não vou escrever isto que pensei agora.
         Quando terminamos de comer, ambos me convidaram para ir ao cinema, mas eu recusei. Deixei a minha parte do total a pagar em cima da mesa e apressei-me a retirar-me do restaurante.
         Afinal, devia muitas explicações a um certo alguém…
         Corri o longo caminho até o sítio onde agora chamo casa. Abri a porta a medo, sem saber com o que contar. Lá encontrei um Daniel furioso, com os seus olhos de cores diferentes a encararem-me com raiva.
         - Daniel, eu… - Comecei, baixinho, como um cachorrinho arrependido.
         - Afinal, foste onde, caramba? – Perguntou.
         - Fui jantar, e… - Tentei dizer, mas fui interrompida.
         - Tu estavas zangada, sei lá o quê, mas isso é alguma razão para tanta chatice?! És mesmo muito ingrata. – Disse ele.
         Recusei-me a chorar, pois só pioraria a situação. Eu não quis parecer a vítima da situação, pois isso só pioraria as coisas. Então ele continuou:
         - É normal encontrares gente que te tire da rua? Não! E ainda ficas brava por coisas sem importância, Kynareth? Fiz de tudo para que te sentisses em casa, mas nada resultou. Se eu fosse a ti, arrepender-me-ia bastante.
         Cada palavra dele era um grande murro no estômago, um pedaço de coração que me era arrancado à força. Não sabia o que dizer ou fazer, afinal ele tinha toda a razão do seu lado. E eu, com a cara para baixo, engolia tudo.
         Realmente eu havia perdido o controlo da discussão, e já nada fazia sentido. Dei três passos até estar junto do Daniel. Quando tinha a cara encostada ao tronco dele, olhei para cima. Sussurrei um “desculpa”, e, finalmente, passei os braços em volta dele. Apertei-o com força e senti o cheiro da sua camisola.
         Juro que naquele momento não consegui pensar em mais nada sem ser no facto de que estava com todo o meu corpo em contacto com o dele. Não demorou muito até que ele me envolvesse com os fortes braços. Rocei a cabeça na sua roupa encorrilhada e sedosa. Era uma sensação… Bem, não sei descrever.
         Provavelmente ele tinha-me seguido durante a minha seguida, mas era de esperar. Não foi preciso falarmos disso.
         A nossa diferença de 40 centímetros deixava um espaço enorme entre as nossas cabeças, mas mesmo assim eu tentei olhá-lo nos olhos. Ele também me olhou, e momentos depois demos as mãos.
         Sentir os seus dedos entrelaçados nos meus foi um alívio tão grande que eu não consigo explicar por palavras.
         A seguir, bem… Bem… Nós… Nós, nós nada… Nada mas quase… O que é que estou para aqui a dizer…?
         Lentamente, com movimentos mesmo muito vagarosos, fomos aproximando os nossos rostos.
         Era o momento perfeito, tinha tudo para acontecer algo mais.
         Eu nunca me tinha envolvido com um rapaz na minha vida, tudo isto é novo para mim! Quando os nossos rostos estavam muito próximos, os nossos narizes colavam-se numa quase harmonia, e as faces de ambos estavam mais rosadas que molho de tomate… Estávamos prestes… Prestes…
         Oh, é muito embaraçoso.
         B-Beijo.
         …
         A porta abriu-se com muita força e ouviu-se um estrondo. Não aconteceu nada, no final.
         Afastei-me imediatamente do Daniel e olhei para a porta da frente. Os meus cabelos compridos estavam todos despenteados devido às sensações novas todas, que causaram uma eletricidade estática incrível.
         - CHEGOU O GILZEN PARA ALEGRAR, JÁ PODEM FESTEJAR! – Berrou, com os braços no ar.
         O estrondo foi derivado de um canudinho de fitas coloridas que ele estourou. Ah, quem estava ali era um rapaz com cabelo castanho comprido, olhos vermelhos, pele cinzenta e asas negras enormes. O estilo da roupa era meio desportivo, mas também algo a ver com rock. Tinha um sorriso de orelha a orelha e parecia super feliz, ainda que a sua imagem não tivesse parecenças com a sua aparente personalidade.
         Eu fiquei tão surpresa com o facto de alguém interromper assim aquele momento – acho que lhe deveria agradecer… estou confusa com o que aconteceu antes – que o meu queixo deve ter caído no chão.
         - G-Gilz? – Perguntou o Daniel, corado até à ponta do cabelo, assim como eu.
         - Haha, Daniel e Kyn-não-sei-das-quantas, a Injhi contou-nos que havia uma pessoa nova aqui na zona e viemos todos!
         Quando ele acabou de dizer isso, a porta abriu-se mais uma vez, e desta vez saíram de lá seis ou sete raparigas, muitas delas com quem eu já me tinha encontrado.
         - Olá. – Zen… Eu tinha-me encontrado com ela no meu primeiro dia aqui. Agora que a vi de frente é que posso dizer como é linda!
         Tinha os cabelos azuis escuros com uma madeixa branca, uma pele cinzenta, olhos grandes e vermelhos e um vestido que se enquadrava perfeitamente no visual. Os seus lábios negros combinavam com as asas enormes igualmente escuras.
         - E-Eu sou a Kynareth… Já nos tínhamos encontrado antes, mas sugiro que comecemos de novo. – Dei o meu melhor sorriso, gostaria de me dar bem com ela.
         - Pois, já nos vimos antes. Mas acho que isso não interessa. Eu sou a Zendaya, e esses cromos são os meus amigos. Não os vou apresentar, acho que eles é que se devem apresentar. Ah, podes tratar-me por Zen.
         Sorri para ela e depois dirigi-me aos outros, esperando uma apresentação.
         - Eu sou a Darla Dusk! Não tenho interesse em conhecer-te melhor, por isso saber que te chamas Kynareth chega. Se precisares de algum assassínio, diz! – E ela agarrou numa faca que tinha sei-lá-onde e lambeu a lâmina.
         Fiquei um pouco muito (?) chocada com ela. Tinha os cabelos presos em dois rabos de cavalo compridos, e repas grandes, tudo preto. Os olhos eram estranhos, todos negros, sem diferença entre a parte branca e o resto, apenas tudo preto. Vestia um casaquinho roxo com botões, uma camisola preta por baixo e meias altas pretas com riscas às cores. Tinha uma saia negra e justa, os sapatos eram de cores diferentes. Realmente um visual estranho, que não saberia como definir em poucas palavras. Tinha asas enormes, assim como a Zendaya e o outro rapaz.
         - Oras, eu sou o Gilzen Dusk, Gilz para os amigos. Sou o irmão da maníaca assassina e namorado da mulher sem expressão. Elas dizem que eu sou retardado, mas eu sou engraçado!
         Ri um pouco com esta apresentação. Mais ninguém parece ter achado graça, mas eu achei.
         - Mas parece que interrompemos alguma coisa… - Exclamou a Lay, que estava um pouco diferente desde a última vez que a tinha visto – Estavam a namorar? Se era isso, vamos já embora, eu adoro que haja amor no ar!
         - Nada disso! – Afirmamos eu e o Daniel, ao mesmo tempo.
         - Amor e essas coisas são tão chatas. – Era aquela que estava com a Zen naquele dia.
         - Olá, nós somos a Naty e a Maddie. Ou melhor, Madeleine e Natalie Bloom, mas preferimos as alcunhas… - Esta era uma cópia da outra, mas com roupa diferente.
         Ela ia dizer mais alguma coisa, mas a outra interrompeu-a:
         - É Maddie e mais nada. – E sorriu um pouco.
         Uma delas era mais alta que a outra, e tinha o cabelo preto e os olhos vermelhos. Esta gente tem toda os olhos vermelhos? Tinha um vestido preto um tanto detalhado, sapatos também pretos, e era esbelta e belíssima… A outra era mais baixa (mas mesmo assim mais alta que eu uns 20 centímetros) e a sua aparência era igual à que citei há pouco, com a exceção que o seu cabelo era um pouco mais longo. Deviam ser gémeas, e tinham uma beleza que prendia os olhos. As roupas mudavam, mas não sou capaz de distingui-las.
         - Hum… Bem… Quem é a Maddie e quem é a Naty? – Perguntei, a medo.
         A de vestido negro deu um sorrisinho um pouco sacana.
         - Eu sou a Naty, hehe…
         - Maddie, eu é que sou a Naty.
         Eu fiquei mesmo confusa. Como é suposto distinguir-se pessoas iguais?
         - Na verdade, que é que sou a Naty, suas impostoras!!! – Afirmou o Gilz, rindo como um perdido. Uma delas também se riu, a outra ficou normal, como quem já estava habituada.
         Eu comecei-me a rir, mas ri-me tanto que me ficou a doer a barriga. Eles olhavam-me com espanto, mas o Gilz ainda se ria mais.
         - Certo, certo, mas se o Gilz é a Naty, quem é a Maddie? – Questionei.
         - É ela! – Disseram ao mesmo tempo, apontando uma para a outra.
         Eu senti os meus olhos virarem-se para dentro. Decidi então cumprimentar o resto do pessoal, e lá estavam elas: A Lana, a Injhi, a Lay.
         - Mas… VAMOS COMEÇAR A FESTA! – Gritou o Gilz.
         Saindo da casa durante uns instantes, ele chegou com uma caixa enorme. Nessa caixa tinha um carregamento para 500 anos de bolinhos e sumos.
         - Bolinhos…? – Perguntei, confusa.
         - Bolinhos são vida. – Agora ele respondera seriamente,
         Mas não tardou nada, ele começou a rir-se e a enfiar montes de bolinhos de uma vez na boca.
         As coisas rapidamente deixaram de ficar tensas entre mim e o Daniel, e tudo se foi acalmando naturalmente. Estávamos todos divertidos, e posso afirmar com certeza que nunca estive numa situação tão fantástica como aquela! Bebíamos apenas sumos e essas coisas, mas parecia que estávamos bêbados, pois rimos tanto, cantámos, dançamos… Enfim, foi ótimo!!! ßum smile bonitinho, porque adorei aquela noite!
            Sei que é falar muito do mesmo assunto, mas o clima entre eu e o Daniel estava estranho. Não nos falamos muito e corávamos só de olhar um para o outro. Passadas algumas horas já nem nos lembrávamos do sucedido e festejávamos sei lá o quê. Fiquei a saber das histórias deles, dos parentescos, de tudo mesmo. Descobri que a sua loucura também os torna interessantes, e a maior parte deles já sofreu muito. Todos me tratavam por um dos meus muitos nomes, até inventavam, e criaram-me uma alcunha: Kyn.
         A certa altura adormeci.
         Quando acordei, estava com a cabeça repousada na barriga do Daniel. Fiquei constrangida, mas não era só eu que estava assim – A Lay agarrava-se à minha perna e esfregava lá a cabeça, a Lana agarrava-se ao cabelo da Lay fingia que o cortava com os dedos, a Maddie e a Naty estavam esborrachadas no sofá e não havia sinal dos Anjos Sombrios.
         Olho para o relógio: 11 da manhã. Acordei há pouco tempo, e nesse tempo escrevi estas páginas no diário.
         Ouço um barulho lá fora. Um barulho muito estranho, como se algo grande se debatesse para se soltar. Coisas a partir, sons estridentes. Ninguém parece notar. O que devo fazer, voltar a aninhar-me ou ir ver o que se passa?
A - Voltar a deitar-se.
B - Ir ver o que se passa.

Capítulo QUATRO

EM BREVE ~TAN TAN TAN~


E chegaram até aqui! Alguém leu?! Se leram, parabéns. Se não leram porque ainda se lembram, ótimo. Se é só por preguiça mesmo, morram. 
Não, não morram, mas queimem no Inferno ou algo do género.
Ou não, vocês é que sabem. Afe, por que razão é que eu é que tenho de decidir isso? Não entendo.

Agora, para os curiosos, deixarei um pouco aqui do Cap. Quatro. É tipo um spoiler, mas quero que imaginem como se fosse um trailer... E-E

"E aqui estou eu, Kynareth Zenythar Dumisani Kiri Marika Lel Catalin Aaminah Fikkryia Gwenaelle Mellanie Evdokiya Ivanovna. [...] Petrifico. Simplesmente não sei o que fazer. Quando tenho um momento de lucidez e tento voltar para dentro, o dragão [...]Uma delas agarra-me na mão com demasiada força e obriga-me a levantar-me. Dói. Dói. Dói. [...] 
A dor...
A dor... 
A dor...
[...]
Anielle e Laurielle [...]"


 E então? Mais curiosos? Os que nem estavam curiosos, ficaram um pouco com este preview? :3 
Bem, eu estou completamente doente, então hoje nem fui para a Academia de Música. Por isso dediquei-me a escrever... E adivinham a melhor? Entro de férias da Páscoa na Sexta!!!!! UHUUUUUUUUUU 
TUTS TUTS TUTS PARTY HARD YEYEYEYEYYEYEYEHIDVNJOSJOADLKSVMXÇZ FACEROOOOOOOLL

Okay, chega. 
Este cap. vai ser tenso, mas estou a gostar de escrevê-lo. Vai explicar um pouquinho do passado da Kynareth, mas não se preocupem: o passado dela será mais uma história que eu cou fazer. 
Depois eu explico melhor a Anielle e a Laurielle, mas se vocês pensarem bem, entenderão que a Lulla e a Lala e eu têm algo a ver com elas... Pensem nisso E-E 
A Lulla vai fazer as OCs das novas personagens O/

B-Beijo para vocês!  ~espero que alguém entenda E-E







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16 comentários:

  1. Aí sua bandida...agora fiquei curiosa ç-ç necessito de capítulo 4 já já...
    U.u tipo spoiler ♥ melhoras Ana !! Fica mlhr pra escreve a fic e.e
    Kyniel #mylife #voltalogo :( não sei fazer aquela carinha :'(
    Kissim ♡

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    1. Bandida? Eu? U,U ~ESCONDE O DINHEIRO, ELA DESCOBRIU, JUBILEU!
      Obrigada, já estou bem melhor *-*
      O capítulo está quase pronto. Kyniel is life <3
      B-Beijo :3

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  2. Uma hipótese... talvez elas sejam colegas do Dan?
    ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO!
    Beijus :3

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    1. Quem sabe, Lala, quem sabe... E-E
      OBRIGADA!
      Kisszaum <3

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  3. Foi bom recapitular a fic!
    A sinopse está perfeita, e eu aguardo ansiosamente o capítulo \o/
    Vou tentar fazer as Oc's!
    Beijão

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    1. Recapitular é bom, assim quem esqueceu tudo pode ler de novo E-E
      Obrigada mossa, sério :D
      E as OCs vão ficar perfeitas, porque é a Lulla que as faz e tudo o que a Lulla toca é ouro! E-E
      Beijozaum ♥

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  4. QUERO CÁP. IV PRA ONTEM U-U Foi maravilhosu recapitular 'u' é que eu perdi o cáp. 2 e-e ai eu tava mei que,boiando,então,a snopse tá diwa alPAKAS 'u'
    Kissu :m

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    1. PRA ONTEM? MAS COMO? ;^; Pode isso?
      Obrigada Kah! Vou tentar postar o mais rápido possível :3
      Kissuzaum

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  5. MDS SPOILER E0E
    Mas ele só me deixou mais curiosa.Quem são Anielle e Laurielle? :B
    Aliás,eu tenho uma prima chamada Anieli e.e isso foi desnecessário mas enfim.

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    1. SPOILER AEHOOOO
      Aniele E-E nem sabia que esse nome existia >< Espero não desiludir com estas novas personagens e_e
      Até ao próximo cap o/

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  6. Eu lembro dos capítulos antigos, por isso não reli e-e
    Mas esse mini spoiler, trailer ou sei lá o que não diminuiu minha curiosidade E-E
    Quero mais ;^;
    Kiri <3
    Bái '3'

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    1. Tudo bem não reler se ainda lembra e-e
      Obrigada, e eu não sei fazer muito bem preview/spoiler/trailer, mas espero que tenha atiçado a curiosidade :3
      Kiri HDSBVUJNSVLAJVDKAI ~Le riso idiota que eu adoro
      Bye, beijus *3*

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  7. Achei muito legal nem me perguntar se eu gostaria de participar, mas enfim, já estou excluida mesmo.
    Gostei bastante, Ana.

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    1. Eu fiz um post com as inscrições antes de começar a fic. Não participou quem não quis.
      Obrigada.

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  8. "colegas do Dan?"
    hmmmmmmmmmmmmmm *pensa*
    hmmmmmmmmm hmm hmmmm
    ta, AI VOCÊ É MÁ
    OLHA O SPOILER Q VC DA E-E
    EU ACHO QUE VOU TE ENFORCAR
    -N
    tiau

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    Respostas
    1. Hmmmmmmmmmmmmmmm acho que não E-E
      EU SOU CRUEL MWAJAHAHahahabsjdabsdvkhjbIUSAKHDUOWFNKV
      TENTA ME APANHAR ~Foge para as colinas
      TIAU

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